Parva

às vezes tenho uma vida muito

Sou o irmão mais novo de 2 irmãos mais novos

Tenho dois irmãos
um, próximo de mim 14 meses
outro, longe de mim seis anos
um, longe de tudo,
outro, a afastar-se de tudo
um, velho de 70 anos
outro, velho de indistinta raiva
um, parado num tempo que a ninguém pertence
outro, furioso com um espaço que a ele não se molda
tenho dois irmãos
a quem às vezes quero muito
velhos por dentro
ou então fui eu que não cresci

uzoscares

estão a dar os oscares na televisão, momento bonito de união, que dá a um domingo, que por acaso é dia 29 de fevereiro, que por acaso amanhã é segunda feira e este moço tem de trabalhar.
ando numa lufalufa a arrumar coisas que trouxe do sotão, tshirts para dar à minha filha, casacos e botas que eu já nem me lembrava existirem.
ou seja, enquanto os oscarizados ou não lá andam nas cenas deles, eu vou por-me na caminha, depois de fumar um cigarrinho, beber um copinho de leite com nesquick e arrumar a mochila para amanhã, exercício inútil pois nem lhe toquei; e enquanto este exercício gratuito de escrita (e inútil, se calhar ninguém vai ler isto) me entreter, nada disso vai acontecer. anão ser que algo extraordinário aconteça, não estou é a ver o quê. já nada é surpreendente nem extraordinário. tudo é normal e expectável. tristes e estúpidos dias estes que vivemos.

como a história por trás destas 3 tshirts, que há mais de 10 anos estavam arrumadas numa caixa.

62

aproximo-me do guichet
qual o seu número,
pergunta o vidro
por trás daquele cinzento
62, respondo
então dispa-se
dispo-me
dispa-se
dispo-me?
dispa-se
dispo-me
siga-me
sigo-...? como
pergunto, frio
número 62!
ouço do chão
olho
e mergulho
de pés
num alçapão


fa16012014

she's not moving

oh she's not moving
but where is she looking?
oh she's cold
yet still looks very alive
oh maybe she's dead
or something

foi só uma brincadeira
ó corpo magoado
leva-a pela mão
arrastado

fa17012013

é uma coisa

que sinto, deste tamanho, que me aperta o peito.

espero

que seja só angústia

e não um ataque cardíaco

nada haikai

não sei escrever
nada tipo um haikai
neste  papel

lá fora

lá fora
muito fora
e eu aqui dentro
nada fora

lost highway yeah

tirei estas fotos com a minha primeira máquina digital, uma HP photosmart de 1mp (1mp, sim!) em 2000.

top notch quality

@ the sun

edinburgh 05

why

camdem, 05

douglas adams

no sábado comprei, por ,50€ o 1º livro, em português, numa tradução tão linear que até os nomes estão em pt, do à boleia pela galáxia.

não o vou ler mas é uma peça do camandro.

já vi o filme umas 20 vezes e não me cansa, não me consegue cansar.

por isso, so long, and thanks for all the fish

do bukowsky

clara umbra, obrigado moça

Bluebird

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pour whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the ****s and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?

Author Notes

This was published in Bukowski's book "The Last Night of the Earth Poems" circa 1992

era isto, só isto

e já era tanto

e tanto

apetece-me angustiar

hoje apetece-me estar angustiado

acordar como acordei, sem qualquer sabor ou cheiro diferente

mas de uma viagem em que te

nem sei

i'm back bitches

se alguém vai ler isto ou não, leio eu

voltar a este exercicio pré-facebook, sem escrutinio do botão gosto ou não gosto

se tudo é público, que este o seja um pouco menos


ou mais

Generation A

Acabei de ler há dias o ultimo do Coupland. Em inglês. Não leio mais Coupland em português porque não dá, não funciona.
Por isso fui ao ebay e toca de comprar a colecção toda na lingua original.
Enquanto não chega, estou a devorar o segundo volume do millenium, do Stieg Larsson.
Tem alguma coisa a ver? Nada. Mas é extraordinariamente viciante...

Obrigado António Sérgio

Mestre
amigo
companheiro

vais-me fazer falta.
obrigado

RIP Steve

Hoje morreu o Steve, a(o) minha (meu) tartaruga. Foi ter com o Albini, a gémea que morreu em 2004.
Amanha antes de ir para a escola vou atirá-la à ria, dentro de uma caixa, com as conchas e a pedra dela(e).
Long live Albini!
Long live Steve!
Fuck me.
RIP Steve.

godspeed

olha que moça mais gira

estas fotos têm 3 anos mas como ando numa de nostalgia, e como gosto genuinamente e gratuitamente destes olhinhos, uau










o que vale é que não herdaste a minha beleza...

no porto, algures num dezembro

uma bela noite, acho que foi uma passagem de ano antecipada.

não me lembro agora, mas também não é importante.

A árvore dos sapatos

Em Newcastle, num enorme (enorme mesmo) jardim chamado Jesmod Dene, exite uma árvore coberta de sapatos.
Não sei qual a razão (ou mesmo se haverá alguma) mas o certo é que alguém um dia pegou num par de sapatos atados pelos atacadores e atirou-os para a árvore.

Atrevo-me a dizer que são milhares, agora... lá pendurados, enquanto escrevo isto.

Newcastle-upon-Tyne, Agosto de 2005

Em Agosto de 2005, fui convidado para trabalhar como "social activities worker" na summer school da Universidade de Newcstle.

Foi um experiência única e ainda hoje não acredito que me pagaram mesmo para fazer esse trabalho!

incrível! saudades, caraças...
Os meus "alunos" eram de países como China, Japão,Coreia, Birmânia, Vietname... e Newcastle é um sítio a repetir. No fim fui o anfitrião de uma festa rija "à portuguesa" e os alunos com que eu estava mais regularmente ofereceram-me um jantar chinês,feito por eles.

O causa nostra em 2003

Havia um espaço em Aveiro chamado "Causa Nostra"

Um belo espaço que entretanto fechou e agora é outra coisa qualquer.

Lembrei-me porque descobri estas fotos no fundo do arquivo.

TENHO mesmo de voltar a fotografar, agora até senti um formigueiro dos dedos.. .

Vatzlav
Traduzi o texto e durante a leitura e construção do texto para cena, fui "engajado" na peça. Já não punha os pés num palco desde "Nem toda a pena é leve"em 1995.
11 anos depois.
Obrigado Fraga, obrigado Victor.

Foi bom.